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Conheça Purim, o “Carnaval” Judaico

  • Foto do escritor: Henry Lisak
    Henry Lisak
  • 6 de mar. de 2023
  • 4 min de leitura

O carnaval é considerado uma das maiores festas populares do planeta (se não a maior). É um momento em que podemos nos fantasiar e sair pelas ruas curtindo com a galera, ouvindo música, e se divertir. Mas você sabia que o judaísmo também tem uma festa popular com costumes semelhantes? Esta é a festa de Purim, e eu vou te contar um pouco sobre ela abaixo.

A palavra “Purim” vem da palavra hebraica “Pur”, que significa sorteio. Esse nome é dado a esta celebração por causa de sua história:

No século IV (século 4) antes de Cristo, a o Reino Pérsia era composto por 127 países, e todos que viviam nesses países eram súditos do rei Achashverosh. Achashverosh gostava de dar festa longíssimas, que chegavam a durar semanas, e eram cheias de comidas e vinhos da melhor qualidade. Certa vez, ele pede para sua esposa Vashti, uma linda mulher, descer de seu quarto para que ele pudesse se vangloriar da bela esposa que tinha. A rainha se recusa a descer, e com isso o rei decide buscar uma nova esposa.

Achashverosh então organiza um concurso de beleza, onde todas as mulheres do reino poderiam competir para ver quem seria a nova rainha. Todas as mulheres do reino aparecem ao concurso, e ficam dias se arrumando para serem as mais belas possíveis para o rei.

Esther, uma judia pobre, também comparece ao evento, após seu primo Mordechai, um dos líderes da comunidade judaica da época, a convencer de que ela tinha uma chance. Esther não tinha dinheiro para comprar roupas caras e exuberantes ou maquiagem, e por isso vai ao concurso vestida com roupas humildes e sem maquiagem. Por estar vestida de forma simples, e mesmo assim estar extremamente bela, o rei a escolhe como a nova rainha, porém, com medo de ter problemas por causa da sua origem judaica, ela opta por esconder sua verdadeira identidade, trocando seu nome para um nome persa.

Durante o período em que o rei buscava uma nova esposa, Haman, um persa que não gostava de judeus e tinha parentesco com o rei Nabucodonosor da Babilônia, responsável pela destruição do Primeiro Templo de Jerusalém, (localizado onde hoje fica o domo da rocha e a mesquita de Al Aqsa, além de possuir o Muro das Lamentações, conhecido como Kotel para os judeus, como um dos muros de proteção do templo), foi nomeado o Primeiro-Ministro do reino. Achashverosh confiava tanto em Haman que lhe emprestou seu anel real, que era responsável por carimbar os documentos oficiais do reino, e uma vez que um documento era carimbado, era impossível reverter tal decisão.

O judaísmo não permite que um judeu se ajoelhe, já que é visto como uma forma de reverencia a alguém que não seja D’us (notação usada por nós para evitar de pronunciar ou escrever o nome do Todo Poderoso), e Haman, como um dos líderes do império, ordenava que seus súditos se ajoelhassem quando ele passava. Em várias situações diferentes Mordechai se recusa a ajoelhar-se, e Haman se enche de raiva, pois se sentia desrespeitado.

Cheio de ira, Haman decide então fazer um sorteio no calendário (que é o responsável pelo nome da festa), para decidir em qual dia ele matará TODOS os judeus do reino. O dia sorteado é 13 de Adar, e com isso ele carimba com o anel real este dia em seu calendário, transformando seu desejo em um decreto que não pode ser desfeito.

Esther, ao descobrir o decreto, conversa com seu primo Mordechai, e juntos eles decidem contar ao rei sobre a Esther ser judia, e o rei, sabendo que não poderia cancelar um decreto, assina outro decreto, que diz que todos aqueles que planejaram matar judeus no dia 13 de Adar seriam mortos no dia 14 de Adar, e todos os judeus seriam salvos do assassinato em massa.

Haman é morto no dia 14, e a população judaica sai em festa pelas ruas, se fantasiando, comendo muito, fazendo caridade aos mais necessitados, e exaltando Esther e Mordechai como heróis.

Esta história é retratada na “Meguilat Esther”, ou livro de Esther, que faz parte do Tanach, conjunto de livros considerado como “a Bíblia Hebraica”. É parte da tradição judaica ler este livro todos os anos, e toda vez que o nome de Haman é citado, os ouvintes fazem barulhos, utilizando principalmente um objeto conhecido como Rashan, que faz um barulho bem característico.

Além da leitura da Meguilat, é costume também fazer Mishloach Manot, que funciona como um amigo secreto, onde há uma troca de comidas entre os judeus.

Outro costume é o Matanot Laevyonim, onde se faz uma Tsedacá, uma doação de dinheiro, para que os mais carentes consigam celebrar a festa também.

Realizar uma refeição festiva também faz parte da tradição, e esta deve conter, necessariamente, pão, vinho e carne.

Por fim, a tradição mais gostada é a de se fantasiar, e nos fantasiamos para relembrar a felicidade que tivemos ao saber que iriamos viver. Um item essencial nas fantasias são as “Masechot”, ou máscaras de Purim.

Apesar de Purim não ter um “menu” comemorativo, como ocorre na maior parte das outras festas judaicas, é costume comer um doce chamado “Osne Haman”, ou orelha de Haman. Este doce é feito com uma massa com um formato parecido com uma pirâmide, e é tradicionalmente recheado com uma geleia de uvas.







Referências:


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