A Grande Renúncia
- Jovem Político
- 4 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
O fenômeno conhecido como “Great Resignation” afetou os Estados Unido, no ano de 2021, consistiu no ato de trabalhadores abandonarem seus empregos. A pandemia da Covid-19 foi o principal agravante e estopim deste processo, uma vez que ela levou as empresas a pagarem menos aos seus funcionários, fazendo com que as oportunidades para avanço e desenvolvimento fossem corrompidas. Não só isso, como também podemos mencionar o fato de que as pessoas terem se sentido desrespeitadas no ambiente de trabalho; tendo que cuidar, com mais veemência, de suas famílias; falta de flexibilidade no trabalho; falta de benefícios, etc. A grande maioria dos trabalhadores, ao trocar de emprego, destacaram um aumento exponencial na sua qualidade de vida e na qualidade laboral. A Great Resignation foi, inclusive, hashtag em redes sociais e pode afetar o crescimento da economia estadunidense a longo prazo, como analisa o banco Goldman Sachs.
Recentemente, este evento transcendeu o continente, chegando no Brasil. O território verde-amarelo, *além de ter uma margem de 13 milhões de desempregados, ainda conta com brasileiros pedindo demissão em volume recorde: aproximadamente meio milhão por mês. *
Embora “pedir demissão” na crise enfrentada globalmente (que envolve a economia e a saúde) seja algo visto por muitos como uma espécie de privilégio reservado para os trabalhadores que se encontram na classe média, isso é uma inverdade. Considerando que, aqueles que compõem o fenômeno são, majoritariamente, trabalhadores urbanos, com menos de 30 anos e do setor de serviços. Os outros países que apresentam a “Great Resignation” são aqueles cuja taxa de desemprego caiu 5%, ao contrário do Brasil.
Uma das principais consequências em deixar seu trabalho durante uma crise sanitária e empregatícia é a incertezade encontrar um novo emprego, além disso, o FGTS não cobre demissão voluntária. Pesquisas levantadas pela Universidade de São Paulo (USP) mostraram que, no ano de 2020, as pessoas preferiram permanecer com um trabalho longevo, porém desgastante, ao abandoná-lo. Na pandemia, o contrário aconteceu por quatro razões principais: cultura tóxica das companhias, insegurança dentro da organização, excesso de pressão e falta de reconhecimento profissional. A relação trabalho-trabalhador mudou durante os anos pandêmicos, sendo considerada, por muitos, como uma relação de epifania.
Outro ponto importante a ser analisado é o rumo que tomou o mercado de trabalho nesse período. Os produtos que eram vistos como essenciais modificaram-se e nem todas as companhias acompanharam essa mudança, o que traz uma insegurança dos profissionais com relação à própria empresa.
Por fim, a manutenção do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é o que move 53% dos brasileiros a aderirem ao movimento. Eles não querem mais viver na insegurança.
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