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A Polêmica da Balenciaga

  • Foto do escritor: mariafernanda560
    mariafernanda560
  • 1 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura

A Balenciaga, marca mundialmente conhecida, vem trazendo produtos que chocam e abalam o mundo da moda e das notícias. Entre seus feitos mais recentes, é possível destacar o lançamento do tênis com aparência de destruído, a bolsa que se assemelha a um saco de lixo e um Crocs com salto alto fino. Além disso, a marca chocou os portais de notícia ao vestir a famosa empresária Kim Kardashian totalmente de preto na edição de 2021 do MET Gala.



São muitas as especulações sobre o motivo de a marca escolher lançar produtos polêmicos, que costumam levantar a atenção da mídia. No lançamento da coleção Verão 2023, o diretor de criação da Balenciaga desde 2015, Demna Gvasalia, se pronunciou sobre seus designs, dizendo estar cansado de explicá-los a toda hora, e que eles não eram feitos para serem reduzidos a um único estilo. “Todo dia se torna um campo de batalha para defendermos essa identidade única. E quanto mais você tenta ser você mesmo, mais socos leva na cara.”, explicou Demna.


​Assim, é perceptível que a marca possui uma certa fascinação em despertar o choque e o debate sobre suas peças. Entretanto, uma recente campanha foi lançada em novembro para promover a nova linha de objetos batizada de “gift shop”. Nessa linha, os itens variam de objetos de casa a acessórios, mas o que realmente chamou a atenção na campanha foram os modelos: as fotos, protagonizadas por crianças usando roupas da linha kids, mostram bolsas de ursinhos de pelúcia com correntes, chicotes, e algemas, uma clara apologia ao sadomasoquismo e sua prática em atos sexuais.



Porém, a história não acaba por aí e as próximas aparições da marca na mídia apenas tornaram a situação pior para a Maison. Alguns dias depois, a campanha de verão causou polêmica e desconforto em internautas. A campanha, situada em um escritório teve como destaque duas fotos: a primeira mostra a bolsa Hourglass em uma pilha de papéis e documentos, entre eles, uma cópia de uma decisão judicial da Suprema Corte dos EUA em 2008 sobre as leis de pornografia infantil. Já a segunda foto, protagonizada pela atriz indicada ao Oscar Isabelle Hupper, possui entre os objetos de cena um livro do artista Michael Borremans, conhecido por seu trabalho retratando em forma de arte, a nudez de adultos e crianças. A segunda foto foi tirada por Joshua Bright.



​Após a liberação das fotos para a campanha, a internet se revoltou e levantou a #BalenciagaGate, acusando a marca de pedofilia e apologia à pornografia infantil. No final do mês de novembro, a Balenciaga apresentou duas declarações, sendo a primeira um pedido de desculpas e o reconhecimento de seu erro em colocar crianças com peças da linha S&M. A segunda, por sua vez, comunicava que "tomariam medidas legais contra os responsáveis pela criação do conjunto e inclusão de itens não-aprovados" no set da campanha e que condenavam e repudiavam todo e qualquer envolvimento com abuso de menores. Dito e feito, a marca abriu um processo contra o designer do set, Nicholas des Jardins e a produtora North Six, Inc, com a alegação de danos à sua reputação.


​Em contrapartida, não é fácil acreditar nos comunicados da marca, visto que, até que um projeto de uma empresa multimilionária avaliado em bilhões de dólares chegue ao público, este deve passar por uma série de aprovações e planejamento, que por sua vez, costumam demorar meses.


​Em uma declaração feita pouco antes do início do mês de dezembro, a marca muda seu discurso, assumindo a responsabilidade pela negligência em relação à presença dos polêmicos objetos de cena no set e a campanha com modelos infantis. Por fim, foi prometido uma revisão de estruturas e trabalho coletivo dentro da empresa, além de criar e desenvolver ações com instituições focadas no combate ao abuso e exploração infantil.

 
 
 

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