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Células Tronco & seu Dilema Ético

  • Foto do escritor: Luci Garcia
    Luci Garcia
  • 20 de set. de 2022
  • 2 min de leitura

As células-tronco são a “matéria-prima” do corpo: as células a partir das quais são geradas todas as outras células com funções especializadas. As células-tronco se dividem para formar mais células chamadas células-filhas, que se tornarão novas células-tronco ou células especializadas com uma função mais específica, como células sanguíneas, cerebrais, musculares, cardíacas, etc. Esse processo é chamado de “diferenciação” e nenhuma outra célula do corpo tem a capacidade natural de gerar novos tipos de células deste mesmo modo.


No processo de reprodução, um espermatozoide fecunda um óvulo, dando origem ao que chamamos de zigoto. O zigoto, então, sofre mitoses dando origem a uma “bola de células” que, como mencionado antes, é composta de células-tronco, que também são chamadas nesta etapa de células-mãe. Elas são células muito simples que têm a capacidade de se diferenciarem em diferentes tipos de célula, formando qualquer tipo de tecido.


As células-tronco embrionárias (retiradas do embrião) podem ser classificadas em:


1. Células-tronco totipotentes - são as que formam os tecidos do nosso corpo e são capazes de se diferenciar em qualquer um deles. As células totipotentes são encontradas nas primeiras divisões do embrião, nos primeiros dias após a fecundação.


2. Células-tronco pluripotentes - também são capazes de se diferenciarem em qualquer tecido do organismo, com exceção da placenta e dos anexos embrionários. Elas são retiradas do embrião por volta do quinto dia depois da fecundação, muito cedo ainda.


Também existem as células-tronco adultas (são retiradas de órgãos já completamente formados) mas elas não têm essa alta capacidade de diferenciação. As células-tronco adultas são encontradas em todas as partes do corpo humano, especialmente na medula óssea.


Em países onde estudos com células-tronco são permitidos, elas estão sendo utilizadas, em caráter experimental, no tratamento de diversas doenças como o Alzheimer, diabetes, entre outras. Mesmo sendo um grande avanço para a ciência e tendo a possibilidade de salvar várias vidas, existem várias desvantagens na hora de usar células-tronco.


Quando células totipotentes e pluripotentes (as mais eficientes em teoria, já que tem capacidade de diferenciação mais variada) são usadas, existe um número limitado de células, pois elas são extraídas de um zigoto. Por esse mesmo motivo, também, existe a possível rejeição da terapia com as células, já que o paciente e o embrião têm genomas diferentes, o que causaria que o sistema imunológico dos indivíduos rejeitasse as células-tronco.


Existe também o dilema ético de usar as células-tronco, pois muitos argumentam que os embriões de onde são retiradas tem a possibilidade da vida e seria como matar um grupo de células que poderiam virar um humano no futuro para salvar outra.


Uma possível alternativa para isso seria utilizar as células adultas, retiradas do próprio paciente, o que diminuiria as chances de rejeição, mas esse tipo de célula-tronco, como mencionado antes, não tem a possibilidade de regenerar todos os tipos de tecido.


Mas a medicina continua evoluindo e se aperfeiçoando com estudos recentes abrindo a possibilidade de manipular células adultas para conseguir transformá-las em totipotentes ou pluripotentes, então o futuro poderia trazer novos avanços a esta terapia, salvando milhares de vidas.

 
 
 

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