Duas Opiniões: Bolsonaro vs Lula
- Antonio Moscatelli
- 29 de out. de 2022
- 13 min de leitura
POR QUE VOTAR E0M BOLSONARO PARA PRESIDENTE
Maria Luisa Pickler
Querido eleitor brasileiro,
Faltando menos de 7 dias para as eleições do segundo turno à presidência da república, você, que tem mais de 16 anos e tirou seu título de eleitor a tempo, tem uma escolha de EXTREMA importância - me arriscaria a dizer que, o futuro da nação, está nas suas mãos! Escolher entre Luís Inácio Lula da Silva, ou Jair Messias Bolsonaro, para exercer pelos próximos 4 anos, o cargo da mais alta chefia do poder executivo. Escrevo este texto para trazer fatos que talvez ajudem os indecisos que não sabem em quem votar no segundo turno, ou até mesmo, se devem ou não votar, razões que mostram o porquê Lula não é a melhor escolha para este trabalho.
Indo diretamente ao ponto: Lula, que governou o país em dois mandatos (2003 até 2006, e de 2007 até 2011), além de estar envolvido na política brasileira há mais de 40 anos, tem um passado obscuro, atrelado à CORRUPÇÃO, DITADURAS, e, VIOLÊNCIA. Seu presente indica que caso eleito, esse caminho se repetirá, e talvez, será mais duro e árduo para o povo brasileiro.
Primeiramente, em relação à corrupção, Lula, em seu primeiro ano de mandato, dá início ao escândalo do Mensalão. Descoberto, em 2005, se baseava no pagamento de mesadas para parlamentares votarem a favor de ações do governo.
Posteriormente, em 2014, o Petrolão, investigado na Operação Lava Jato da polícia Federal, o maior escândalo de corrupção da história e o outro lado da moeda do mensalão, com os mesmo objetivos: perpetuação do governo sobre o comando do Partido dos Trabalhadores, em busca da eterna “propinocracia” - termo utilizado pelo procurador Delton Dallganol para descrever um governo regido pela propina. Em 2016, Lula é apontado por procuradores do Ministério Público de Curitiba como “comandante máximo” do esquema de corrupção. Em setembro de 2016, quando foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção no caso do triplex do Guarujá, os crimes que integram a denúncia, chefiados parcial ou totalmente por Lula, somam 87,6 milhões de reais desviados.
No governo Bolsonaro, por outro lado, em quatro anos de mandato, mesmo na mais árdua caça a rachaduras na parede lisa e concreta do governo, os opositores e investigadores nunca puderam apontar nada que o conectasse a escândalos de corrupção. O caso da rachadinhas e da compra das vacinas, por exemplo, provaram por longas investigações que o presidente não estava envolto nas acusações.
No fim das contas, Lula ficara preso por aproximadamente 2 anos, livrado de sua pena pelos ministros do STF em novembro de 2019. Para a surpresa de zero pessoas, nas últimas semanas de corrida à presidência, o assunto foi revisitado, é claro, entretanto, notícias e publicações factuais direcionando o ex-presidente ao caso foram censuradas pelo STF a pedido dos advogados da coligação do PT, “Brasil Da Esperança”.
Em seguida, para completar o “belo” passado do ex presidente, seu envolvimento com ditaduras vai ao âmbito do apoio monetário e ideológico. Casos de lavagem de dinheiro e desvio de dinheiro do tesouro nacional brasileiro para países socialistas como Cuba e Venezuela são incontáveis. Centenas de obras de infraestrutura foram feitas com o dinheiro dos pagadores de impostos do Brasil. Lula defendeu, se inspirou, e se relacionou. O ex-presidente é amigo de vários ditadores. Daniel Ortega, Muammar Gaddafi, Nicolás Maduro, Fidel Castro, Omar Obiang, entre outros, responsáveis pela falta de democracia, liberdade e respeito em seus países, por milhares de mortes, e altos índices de pobreza, fome e violência.
E por falar em violência, a tão famigerada e criticada pelo ex-presidente no governo Bolsonaro, não é nada que o mesmo pode se vangloriar de seu governo. Segundo o G1, em 2021, o Brasil teve uma queda de 7% no número de assassinatos. Foram 41,1 mil mortes violentas intencionais no país no ano passado, o menor número de toda a série histórica do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coleta os dados desde 2007.
Segundo o Atlas da Violência publicado em 2021 pelo IPEA, a taxa de homicídio nos governos petistas são elevadíssimas, e mostram queda significante no governo Jair Bolsonaro (Imagem 1.) Isso, mesmo o número de armas legais tendo aumentado 95% - número este contraditório ao que a esquerda apontava como tendência, e o presidente se mantinha forte na convicção que seguiria as rédeas que tomou.
Em suma, espero que você leitor possa, baseado nesses dados e fatos apresentados acima, fazer a melhor escolha para o nosso país. A escolha que irá garantir a liberdade - que durante quatro anos de mandato, não foi repreendida como disseram que seria -, garantir a segurança - que em todas as esferas, caiu significativamente -, que defende a vida e a propriedade privada. Que defende a família, a pátria e Deus, pois como está no Salmo 33, “feliz é a nação que Deus é o Senhor!”, e não um líder que defende ideologias coletivistas e destrutivas. Deus abençoe o Brasil.
Eu vou votar no Lula…
Antonio A. M. M.
23/10/2022
Esse texto, escrito em 23 de outubro de 2022 (1 semana antes do segundo turno das eleições), serve ao propósito de expor e justificar minha posição e opinião no momento de maior tensão desde a redemocratização.
Esse texto não é especificamente uma forma de “virar voto”. Pouco acredito na minha capacidade de convencer aqueles que se recusam a enxergar o Brasil de hoje, mais especificamente daqueles que, mesmo frente a amplas evidências contrárias à própria crença se recusam a reconsiderá-la.
Entretanto, tenho muita fé (e de fato preciso), nos que ainda repensam e reconstroem seus posicionamentos frequentemente, nos que se perguntam: “e se isso for mentira? e se eu estiver errado?”. Tenho muita fé nos que não silenciaram a própria curiosidade através da ideologia, do conservadorismo barato, do nacionalismo capenga e medo de quem é diferente.
Por isso escrevo, para que não nos esqueçamos nem desanimemos.
Todos os fatos e citações estarão na seção de referências para ampla checagem.
“Por isso me parece uma enorme contradição que uma pessoa progressista, que não teme a novidade, que se sente mal com as injustiças, que se ofenda com as discriminações, que se bate pela decência, que luta contra a impunidade, que recusa o fatalismo cínico e imobilizante, não seja criticamente esperançosa.”
A Pedagogia da Autonomia - FREIRE, P.
… porque eu nunca votaria em Jair Bolsonaro.
a) A Pandemia de Covid-19
“687.527 brasileiros morreram devido à Covid-19”, mas dize-lo assim é ignorar o que de fato ocorreu. “A Covid-19 matou 687.527 brasileiros”, é igualmente falho. Apesar de só possuir 2% da população mundial, nosso o país teve 10% de todas as mortes da Covid - e isso não é por acaso.
O Presidente Jair Bolsonaro trabalhou ativamente para a disseminação do vírus na maior parte possível da população brasileira, estimulando que as pessoas seguissem ‘normalmente’ com suas vidas, de modo que a Secretaria de Comunicação chegou a produzir uma peça publicitária: “O Brasil não pode parar”. Também desacreditou publicamente a eficácia de máscaras e vacinas (lembremo-nos da comparação com efeitos colaterais e jacarés).
Além disso, a eugenista tese da “Imunidade de Rebanho” foi ferrenhamente defendida pelo “gabinete paralelo” que ‘assessorava’ o presidente. Mais notavelmente, o então deputado Osmar Terra chegou a afirmar que “não é a vacina que vai acabar com a pandemia, o que vai acabar com a pandemia é a imunidade de rebanho”. Buscou-se que as pessoas adquirissem a “imunidade natural”, o fim mais rápido e mais sangrento que se pode pensar a uma pandemia. O próprio Presidente chegou a afirmar que a contaminação com o vírus seria mais eficaz que a vacina. Parte do plano de acelerar a pandemia seria o “tratamento precoce” e a “cloroquina”, estimulando institucionalmente o uso de remédios ineficazes.
A estratégia que tentou ser empregada é profundamente desumana, hedionda, conferindo a Bolsonaro a antonomásia de “genocida” entre outros motivos. Ao que parece, Bolsonaro foi um Presidente que desacreditou das autoridades públicas de saúde, do método científico, desafiou a comunidade global, foi na contramão das medidas indicadas, atrasou a compra de vacinas, menosprezou formas de prevenção eficazes e quis que estivéssemos o mais expostos possível à Covid, de modo que aqueles que tivessem que morrer para “não parar a economia” o fizessem da maneira mais rápida possível.
“No âmbito federal, mais do que a ausência de um enfoque de direitos, já constatada, o que nossa pesquisa revelou é a existência de uma estratégia institucional de propagação do vírus, promovida pelo governo brasileiro sob a liderança da Presidência da República.”
Boletim nº 10: Direitos Humanos na Pandemia - Conectas Direitos Humanos e CEPEDISA-USP
b) República, Democracia e Orçamento Secreto
Não acredito que seja possível afirmar que o Brasil já tenha alcançado o status de uma “democracia plena”: no sentido mais forte da palavra, a desigualdade o impede. Entretanto, o pouco que possuímos do “governo do povo” vem sido reiteradamente desafiado pelo Presidente e seus apoiadores.
Não é eticamente e moralmente aceitável que se tenha um presidente que minta tanto quanto o nosso. Em seus 1.389 dias como presidente, Bolsonaro deu 6.460 declarações falsas ou distorcidas de acordo com a checagem da Aos Fatos - aproximadamente 4,6 declarações duvidosas por dia. Entre as mentiras mais comuns, Bolsonaro disse 237 vezes que não há corrupção em seu governo, apesar de inúmeros relatos: desde a compra de vacinas, o “tratoraço”, o caso do padres e a propina em ouro do MEC, etc… Sem contar que o próprio Bolsonaro ganhou o prêmio de Corrupto do Ano de 2020 pelo Projeto de Relatório de Crime Organizado e Corrupção.
Não pretendo também me alongar nas características da personalidade do Presidente, cujos preconceitos e descriminações raciais, de gênero e sexuais são gritantes. Também não me prolongarei na forma que ele trata jornalistas, especificamente mulheres. Apesar de absolutamente repudiável, parece-me que ele conseguiria proferir a fala mais ofensiva possível em rede nacional (ou imitar pessoas morrendo asfixiadas), que esse aspecto pouco importaria a seu eleitorado.
Sobre seus ataques à democracia, o saudosismo bolsonarista à Ditadura brasileira já é bem conhecido; em grande parte porque a anistia geral e irrestrita deixou de trazer justiça às figuras mais sanguinárias da história do país, como Ustra (homenageado durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff). Entretanto Bolsonaro elevou os tons dos ataques recentemente ao colocar em dúvidas o processo eleitoral e principalmente ao mirar no STF dizendo que ‘não cumpriria mais’ decisões do Ministro Alexandre de Moraes. Apesar de ter voltado atrás, a radicalização trouxe consequências: hoje mesmo, um de seus apoiadores, Roberto Jefferson, atirou contra agentes da Polícia Federal que foram à sua casa, ferindo dois.
Finalmente, sob o Governo Bolsonaro, o Congresso hoje gere parte da verba de acordo com o orçamento secreto, ou ‘bolsolão’. Notório pela falta de transparência na destinação de verba, as primeiras ações investigativas estão sendo tomadas pela operação Quebra-Ossos, que prendeu dois suspeitos de falsificar dados do SUS no Maranhão. Em outros casos notórios no interior do estado, a cidade de Pedreiras relatou ter extraído cerca de 14 dentes por cidadão, em Afonso Cunha dois médicos fizeram 30 mil consultas em um mês e Santa Quitéria fez mais testes de HIV que a cidade de São Paulo. Para bancar a compra de deputados, o Governo Federal cortou reiteradamente verbas fundamentais: combate ao câncer, farmácia popular, infraestrutura escolar de Universidades e Institutos Federais, do leite, ações para as mulheres e outros.
Não é possível continuar reafirmando a mentira que o próprio Presidente repetiu 237 vezes. Reiteradamente, Bolsonaro troca investigadores que investigam sua família e seus aliados: assim o fez em 2019 com o superintendente da PF no Rio (dizendo em reunião que não esperaria "fuderem" sua família); o Diretor Geral da PF trocou delegado que investigava Jair Renan; Secretário de Justiça tentou retardar a extradição de Allan dos Santos, sendo que a PF exonerou a delegada que emitiu a sua ordem de prisão; Novo diretor-geral da PF trocou o delegado responsável pelo setor de investigação de corrupção, Bolsonaro deu indulto a Daniel Silveira e chegou a ameaçar ministros do STF após a prisão do já mencionado Roberto Jefferson. Não há condenação sem investigação.
Efetivamente, Bolsonaro representa a antipolítica, a ausência de espaço para o diálogo e o uso do poder público para benefício próprio e a falta de transparência através dos inúmeros “sigilos de 100 anos”.
“Um segundo governo Bolsonaro faria o primeiro mandato parecer mero ensaio geral em direção ao autoritarismo e à violência generalizada. Falar em direitos humanos, em ecologia, nesses anos, parecerá pregar no deserto. Sabemos que os governos de extrema direita implementam efetivamente suas políticas autoritárias, principalmente a partir do segundo mandato. (…) Pois eles encontram então a legitimidade necessária para dobrar o que restou das resistências institucionais, para mobilizar seus apoiadores de forma cada vez mais brutalizada.”
Uma Revolução de Sinais Invertidos - SAFATLE, V. - Uol
c) Meio Ambiente e Povos Originários
Vivemos uma crise climática com o aquecimento global e a nossa forma de produção de energia, alimentos e produtos. Apesar disso, o Governo desmontou órgãos de fiscalização enquanto o Pantanal e a Amazônia sofrem a maior devastação dos últimos tempos. (Desmatamento na Amazônia cresceu 21,97% em 2021; maior índice desde 2006).
Entre os feitos do Governo listados pelo site Bolsopedia, são destaque:
2019: Ricardo Salles, então ministro do Meio Ambiente, exonera 21 dos 27 superintendentes regionais do Ibama e Bolsonaro, por sua vez, demite responsável do Inpe, Ricardo Galvão, pelo monitoramento do desmatamento. A demissão ocorreu após a divulgação pelo órgão de dados sobre o aumento do desmatamento da Amazônia; Bruno Pereira é demitido do cargo de coordenador da Funai após combater esquema de mineração ilegal.
2020: Salles diz em reunião que a pandemia era o momento ideal para “passar a boiada” e demite diretor do Ibama após ação contra garimpo ilegal; Governo demite coordenadora do Inpe responsável por monitorar desmatamentos;
2021: Servidores do Ibama denunciam paralisação na fiscalização após Salles mudar regras para multas, PF diz que Salles nomeou agente da Abin para interferir na fiscalização do Ibama; Governo nomeia como diretor do Ibama militar sem formação ambiental, Governo Bolsonaro enfraquece o INPE e retira do órgão divulgação sobre dados de queimadas; INPE – Governo Bolsonaro segurou divulgação de dados de desmatamento antes da COP26, Conferência da ONU sobre mudanças climáticas. Relatório do Inpe mostra avanço de 22%, índice mais elevado desde 2006.
2022: Ibama age apenas em 1% dos alertas de desmatamento; Presidente do Ibama pressionou subalterno para liberar mineradora de ouro embargada; Despacho da Funai indica assédio e suposta tentativa de retaliação a servidores; Desmonte da Funai em números: Das 39 Coordenações Regionais apenas 2 têm à frente servidores concursados. 19 são chefiadas por oficiais das Forças Armadas, 3 por PMs e 2 por policiais federais; Presidente da Funai acumula pedidos de investigação contra indígenas. Marcelo Xavier da Silva solicitou à Abin e à PF investigação sobre defensores da pauta ambiental.
No fim, Salles ‘cai’ por ser alvo de um inquérito do STF por supostamente ter atrapalhado investigações da maior apreensão de madeira ilegal da história. Não é possível compactuar com tamanha ingerência pública e corrupção para com os bens naturais da nação e os direitos dos povos indígenas.
2. … pelo que Lula conquistou até agora.
a) Fome e Inclusão Social
Entre as conquistas e aumento de verbas da Saúde e da Educação, darei especial destaque à fome.
Ao contrário do que sugere o atual Presidente ao afirmar que a fome “não se justifica” e que não existe “fome pra valer”. O Brasil se vê hoje com 125 milhões de pessoas sofrendo com algum grau de insegurança alimentar, das quais 33 milhões estão em situação grave: a fome volta.
De fato, o Brasil é uma imensa potência agropecuária, mas a maior parte dos recordes batidos na produção de alimentos (principalmente soja e milho), serve apenas à importação, direcionando grande parte à ração animal na China. Isso leva à redução de espaço e interesse de plantio de alimentos mais fundamentais como arroz e feijão; como mostram os dados de 2020: o Brasil produziu menos arroz e feijão do que há dez anos. Além disso, na última década, os estoques públicos de grãos foram reduzidos em 96%.
Mas isso nem sempre foi assim, no primeiro dia de seu primeiro mandato, Lula lançou o “Fome Zero”, com mais de 30 políticas públicas para acabar com a fome. Além disso, em seu governo houve o estímulo da agricultura familiar e a retomada do programa de alimentação escolar, chegando a 43 milhões de crianças e jovens que passaram a ter refeições todos os dias. Culminando em 2014 num índice de subalimentação de 3%, colocando o Brasil como exemplo mundial no combate à fome.
Por outro lado, Bolsonaro extinguiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar em sua primeira semana de mandato, desorganizando o combate à fome e o planejamento nacional - fazendo com que efetivamente, não haja plano para o combate à fome desde 2019. Também transformou o Ministério do Desenvolvimento Social e do Combate à Fome em uma secretaria, cujos funcionários foram logo exonerados sem justificativa. O Programa de Aquisição de Alimentos, recebeu um sexto da verba em 2020 do que chegou a receber em seu ápice. Esse programa foi noticiado pela última vez devido a um corte de 87% da doação de leite para as famílias na miséria no Nordeste e MG.
Programas como o Alimenta Brasil tiveram cortes de 95 a 97% para o orçamento de 2023 comparados com 2022.
Ainda, ao contrário do que chegou a afirmar o Ministro da Economia em uma palestra ao painel Telebrasil em 2020 (de que a alta no preço do arroz se devia a um sinal de que os mais pobres estão comprando mais), o preço do arroz, na verdade, possui elasticidade negativa, pois a demanda por arroz cresce conforme a renda abaixa, à medida em que a proteína vai sendo substituída no prato.
Também como consequências de seu governo, Em 2015, o número de pessoas na extrema pobreza caiu a menos de 10% da população (mas vem crescendo desde então) e com aumento real de 70% do salário mínimo. Outras medidas famosas para a inclusão social incluem as Cotas Sociais e programas de financiamento como o Prouni.
“Num país que conta com tantas terras férteis e com tanta gente que quer trabalhar, não deveria haver razão alguma para se falar em fome. No entanto, milhões de brasileiros, no campo e na cidade, nas zonas rurais mais desamparadas e nas periferias urbanas, estão, neste momento, sem ter o que comer. (…) O Brasil conheceu a riqueza dos engenhos e das plantações de cana-de-açúcar nos primeiros tempos coloniais, mas não venceu a fome; proclamou a independência nacional e aboliu a escravidão, mas não venceu a fome; conheceu a riqueza das jazidas de ouro, em Minas Gerais, e da produção de café, no Vale do Paraíba, mas não venceu a fome; industrializou-se e forjou um notável e diversificado parque produtivo, mas não venceu a fome. Isso não pode continuar assim. (…) Se, ao final do meu mandato, todos os brasileiros tiverem a possibilidade de tomar café da manhã, almoçar e jantar, terei cumprido a missão da minha vida.”
Pronunciamento do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na sessão solene de posse no Congresso Nacional (2003)
b) Frente Ampla
Sob o mesmo entendimento da necessidade de derrotar o Bolsonaro, Lula fez parcerias antes consideradas impossíveis. Trouxe para seu lado figuras como Geraldo Alckimin, Simone Tebet, João Amoedo, FHC, José Serra, o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga e os economistas responsáveis pelo Plano Real, para citar algumas das figuras mais distantes do petista.
Apesar das diferenças históricas, pessoas antes opostas se juntam à Lula por entender os ataques de Bolsonaro à Democracia e ao Estado como inaceitáveis, lutando pelo direito de serem oposição e por ver que Bolsonaro cruza limites inimagináveis e nunca antes vistos em outros governos. Mesmo que Lula represente preocupações sociais fundamentais desde a redemocratização, creio que isso esteja em segundo plano.
Preciso concordar que, de fato, uma frente tão ampla como essa gera truncamentos inegociáveis quanto ao planejamento de políticas públicas, mas a questão posta é a continuidade da democracia, reparo de um Estado em desmonte e de uma nação profundamente dividida. A volta de Lula pouco serve aos propósitos ‘ideológicos’ de esquerda: essa eleição é sobre a manutenção do que está sendo corroído pelo fascismo bolsonarista e seus mantenedores.
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