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Explicando créditos de carbono

  • Foto do escritor: Jovem Político
    Jovem Político
  • 24 de jan. de 2022
  • 2 min de leitura

Um crédito de carbono corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) que deixa de ser emitida na atmosfera. Dentro dessa forma de contagem existem dois principais mercados, o mercado de crédito de carbono regulado e o voluntário. No mercado regulado, governos de vários países determinam metas de emissão de CO2 para setores específicos e suas empresas. Enquanto algumas conseguem atingi-las e até mesmo superar suas metas, outras não vão conseguir diminuir suas emissões como o esperado. Dessa forma, empresas que poluem menos podem gerar créditos dessa “sobra” não emitida e vender àquelas que possuem um nível de emissão alto e desejam compensá-lo. Já no mercado de crédito de carbono voluntário, empresas e pessoas jurídicas compram créditos de projetos florestais e neutralizam suas emissões por vontade própria. No Brasil, o mercado que predomina é o voluntário.


O crédito de carbono funciona para que o Comércio de Emissões ajude na negociação entre os países que superaram suas metas e os países que não as conseguiram atingir. Dessa forma, indiretamente ajudam a manutenção do projeto de redução e contribuem para o desenvolvimento sustentável.


Essas negociações são as Implementações Conjuntas. A geração destes créditos, geralmente ocorre da seguinte forma: Um país desenvolvido percebe que não vai conseguir atingir suas metas de não emissão de carbono e, para que ele cumpra esses objetivos, surge a possibilidade de fazer uma parceria com um país em desenvolvimento, que geralmente possui dificuldades em lidar com problemas ambientais. Assim, o país desenvolvido oferece recursos tecnológicos e investimentos para que o menos desenvolvido reduza as suas emissões e ambos dividam os créditos, gerando uma relação simbiótica.


Assim, o mercado de carbono movimenta milhões em dinheiro durante o ano. Em 2007, por exemplo, ocorreu uma movimentação de aproximadamente 40 bilhões de euros. As principais bolsas de créditos são a americana, Chicago Climate Exchange, e a europeia, European Union Emissions Trading Scheme. Para fazer a mensuração de quantos créditos de carbono vão ser gerados, deve-se comparar os cenários antes e após a alteração feita. Esses créditos serão emitidos pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).


Com a substituição do Protocolo de Kyoto pelo Acordo de Paris, muitos atores envolvidos com a temática da redução de carbono esperavam um aumento em recursos para florestas, a partir da inclusão da conservação de florestas nativas no MDL. Todavia, o Brasil deixou as florestas de fora dos créditos de carbono, como foi expressado pela frase do atual presidente Jair Bolsonaro: “Em relação ao Acordo de Paris, até certo ponto o Brasil fez a sua parte. Quando você fala de créditos de carbono, não temos recebido retorno financeiro. Então, por enquanto, nós vamos continuar. Somos um país em desenvolvimento e temos deveres, mas também queremos ter direitos”


Entretanto, Elizabeth Carvalhaes, que foi presidente da Indústria Brasileira de Árvores até o ano de 2018, acredita que esse mercado de créditos de carbono no Brasil deveria se desenvolver ainda mais, pois segundo ela: “O Brasil tem a vantagem de possuir além das opções de combustível limpo, também as florestas, que removem carbono. A maior parte dos países não têm um nem outro e poderão precisar comprar créditos de carbono do Brasil.” Assim, reconhece no país seu potencial nesse mercado, principalmente devido à disponibilidade de serviços ambientais.

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