Origem da bolsa de valores
- 11 de mar. de 2022
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A Bolsa de Valores é o mercado onde são negociadas ações, parcelas do capital gerado pelas empresas. Ao adquiri-las, o indivíduo torna-se sócio desta empresa, dividindo parcelas do lucro ou prejuízo. No geral, empresas precisam de mais investimento para teremos um maior crescimento, o que é obtido através dos acionistas, que se beneficiam com o capital gerado.
A primeira Bolsa de Valores surgiu onde circulava a maior quantidade de capital, em 1487 na cidade de Bruges (atual Bélgica). No entanto, após o assoreamento do canal principal da cidade, que a fazia ser geoeconomicamente estratégica, houve uma migração do capital para outra região do norte da Europa. Mais tarde em 1531, Antuérpia que também participava de antiga Liga Hanseática (união entre países do Norte Europeu que controlava a distribuição das mercadorias de alto valor agregado vindas do Oriente trazidas por Portugal), foi considerada a primeira bolsa oficial, baseada nas negociações de empréstimos a partir de um sistema de cédulas.
No entanto, as primeiras ações dentro da bolsa só surgiram em 1602, também devido a uma migração do capital para fora de Antuérpia, como resposta a intolerância religiosa (direcionada a parte protestante da população, majoritariamente) do governante Felipe II do até então Sacro Império Romano Germanico. Hiuve mais uma migração de capital, agora para Amsterdã (capital atual da Holanda). Nesse contexto, a Inglaterra e sua colonização institucionalizada cresciam, enquanto a economia neerlandesa era estritamente dependente das especiarias indianas que chegavam através de Portugal. No capitalismo, a dependência econômica costuma ser negativa para a maximização do lucro, aumentando muito os riscos e a vulnerabilidade em relação a ocorrências externas, como foi o caso do Segundo Embargo Espanhol (que ocorreu durante a União Ibérica, ou seja a união entre a Espanha, que fazia parte do Sacro Império Romano Germanico e Portugal, responsável por vender especiarias para os neerlandeses distribuírem), o que foi uma tentativa de sufocar a economia holandesa e cortar as relações de troca entre Portugal e Amsterdã. Assim, tornou-se muito forte o interesse do governo neerlandês no comércio a partir de uma colonização direta - o mesmo feito pelos ingleses. A grande diferença dessa colonização pela feita por Portugal e pela Espanha é que, em Amsterdã, a colonização não aconteceu por parte do Estado, mas sim a partir de empresas privadas. Dessa forma era necessária uma grande quantidade de capital para exercer tais expedições, fazendo com que a primeira empresa que passou a ter seu capital aberto em uma bolsa de valores foi a Companhia Holandesa das Índias Orientais, que estava encarregada de organizar as expedições.
O processo descrito foi na verdade, muito mais complexo e longo, para uma visão mais abrangente não só do assunto, mas da origem do capitalismo em si. Os livros escritos por Fernando Braudel “Civilização e capitalismo, séculos XV-XVII volume I, II e III” a explica em detalhes atribuindo uma quantidade maior de dados.
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