Polícia Israelense entra em confronto com fiéis palestinos em mesquita em Jerusalém: entenda o caso.
- Henry Lisak
- 18 de abr. de 2023
- 3 min de leitura
O prolongado conflito entre israelenses e palestinos, que já dura mais de 70 anos, teve novos capítulos recentemente. Jornais mundo afora noticiaram o confronto entre a polícia israelense e fiéis palestinos que pregavam na Mesquita de Al Aqsa durante o mês do Ramadã, considerado o mês mais sagrado do islamismo, que neste ano coincidiu com a Páscoa católica e a festa judaica de Pessach (temos um texto onde contamos tudo sobre esta festa; este texto pode ser encontrado na aba “Explicando” de nosso site, sob o título de “Conheça Pessach, uma das festas mais importantes do Judaísmo”). Para aqueles que observam o conflito de forma mais distante, este caso pode parecer só mais um em meio a tantos, porém ele ocorre em um momento tenso naquela região, e por isso vou te contar um pouco o que ocorre por lá.
Israel vive dias tensos em sua democracia, após uma proposta autoritária do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu causar ondas de protestos em todo o país (este caso será explicado por nós em outro texto, que será divulgado em alguns dias, e se encontrará na aba “matérias” de nosso site). Com a instabilidade crescendo, grupos terroristas como o Hamas e o Hezbollah viram uma oportunidade de atacar a nação judaica, lançando foguetes e realizando ataques terroristas em várias cidades importantes, como Tel Aviv e Jerusalém, além de ataques em pontos críticos da fronteira entre Israel e Cisjordânia.
Outro ponto que torna este momento em ideal para ataques por parte dos terroristas é o encontro de festas importantes para as duas religiões presentes na região, sendo estas festas o Pessach e o Ramadã. Como são consideradas as festas mais importantes das suas respectivas religiões, é esperado, por ambos os lados do conflito, uma espécie de cessar fogo não acordado, como forma de respeito as festas, porém, isto não é o que ocorre. O lado que atacar durante este período será condenado pelo mundo, e, observando esta oportunidade de acirrar os ânimos, grupos terroristas, em especial o Hamas, causam tumultos nas fronteiras e em pontos conflituosos, com o objetivo de causar uma reação israelense, que foi o que ocorreu.
O ponto mais conflituoso onde ocorrem estes tumultos é a Mesquita de Al Aqsa. Vale explicar um pouco sobre ela antes de prosseguir: a Mesquita de Al Aqsa é um dos pontos mais “quentes” da região. Ela se encontra localizada no local conhecido por nós judeus como “Monte do Templo” (para aqueles que conhecem a história do velho testamento, conhecido como Torá para os judeus, este ponto é onde Abraão leva seu filho Isaac para realizar um sacrifício, que no fim não ocorre após intervenção Divina. Este ponto vira posteriormente o local que abriga o famoso Templo de Jerusalém, e onde fica o Muro das Lamentações, ou Kotel, ponto mais sagrado do Judaísmo atualmente), e o terceiro ponto mais importante do Islã, e como forma de reduzir os atritos na região, é administrada hoje pelo governo da Jordânia, que é um país neutro no conflito, já que possui relações diplomáticas estáveis com Israel e é um país muçulmano, assim como a Palestina.
Por possuir toda esta importância, este local sagrado para ambas as religiões foi o palco do confronto mais midiático deste ano: a entrada de policiais israelenses durante um culto. A entrada se deu após a polícia ser avisada de que palestinos armados com pedras, fogos de artifício e outros objetos se encontravam dentro da Mesquita e tinha a intenção de tumultuar (estes objetos foram entregues por membros do Hamas, como mais uma forma de causar confusão), sendo necessária a entrada de forças armadas para evitar que as coisas saíssem do controle. Obviamente a entrada de judeus armados não foi bem-vista, e com isso um confronto ocorre, levando a polícia israelense a tomar medidas mais brandas, como o uso de balas de borracha e bombas de efeito moral, levando ao ferimento de 7 palestinos, além de um acirramento cada vez maior do conflito.
Após este incidente, outros ataques e atritos ocorreram, porém em menor escala, e agora tudo o que podemos fazer é aguardar para ver o desenrolar deste triste e prolongado conflito entre dois povos que buscam apenas um mesmo objetivo: garantir uma país para chamar de seu.
Bibliografia:
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