Política de dizer que está tudo bem.
- Jovem Político
- 4 de jul. de 2022
- 2 min de leitura
“Tudo bem?” - Uma pergunta que foi generalizada e padronizada, a qual procuramos responder sempre o que for mais fácil para continuar a conversa: “tudo certo, tô só cansado(a)”. Por que existe essa necessidade de mentir, até para nossas relações mais próximas e dizer que está tudo bem (quando de fato, não está)?
A mentira pode ser considerada um mecanismo de defesa, que serve tanto para enganar os outros quanto nós mesmos. De maneira inconsciente, tentamos nos afastar da nossa realidade quando: 1) ela é muito diferente da realidade que almejamos ou 2) difere da realidade que assumimos que as pessoas valorizam. Na teoria da psicanálise freudiana, o ego é um conceito, uma parte da estrutura mental que tem função mediadora e até mesmo humanizadora – seu principal objetivo é assegurar a identidade ou integridade de um indivíduo. Quando em um conflito que ameaça a integridade do indivíduo, a mente desenvolve uma uma solução, que nem sempre é muito funcional. A negação se torna uma destas resoluções, desenvolvendo sentimentos como ansiedade e medo não resolvidos.
A maioria das pessoas nem tem consciência de que está ou do quanto está fingindo, até se deparar com algum tipo de gatilho. Assim, se torna um extremo choque quando alguém faz esta pergunta e espera de fato uma resposta sincera. A ansiedade de ter que constantemente sustentar uma aparência de vida que não é sustentável, traz consequências para a saúde física e mental.
Ignorar os problemas apenas fará com que eles se aprofundem e com que a solução pareça mais distante e complexa. Gera um ciclo vicioso, o qual é difícil de sair. Por isso, se vê necessário analisar o contexto social em que está inserido, e mais ainda, ser sincero consigo mesmo e com os outros.
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