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1984, ano de Carnaval

  • 16 de dez. de 2021
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de mar. de 2022

No começo da pandemia atores e influencers criaram a hashtag “#FicaEmCasa”, pedindo para seus milhares de fâs que ficassem em casa, para que não se infectassem com o COVID-19. O movimento posteriormente ganhou força com políticos que adotaram a estratégia do isolamento social - a qual acreditavam ser a melhor para o enfrentamento da pandemia - e aplicaram medidas restritivas para forçar isso aos cidadãos. Os adeptos e defensores da estratégia eram em sua maioria os que tinham condição de estar em casa - estratégia essa que iria condenar à miséria uma grande parte da população brasileira que dependia dos consumidores nas ruas.


As consequências dos lockdowns consistem em milhares que passaram fome, ficaram desempregados, tiveram seus negócios fecharem, e posteriormente, a economia sucumbir. Qualquer um que ousasse questionar as ordens vinda dos internautas raivosos era logo “cancelado” ou “massacrado” pelo o que gosto de chamar de “Polícia do Pensamento” (atores, famosos, influencers) - assim como George Orwell, em 1984 explica: a função destes era identificar e punir o que é considerado crime no romance: o Livre Pensamento.


Nos últimos dias, os defensores do #FicaEmCasa decidiram virar as mesas. A Polícia do Pensamento começou a defender e esperar ansiosamente pelo Carnaval - festa tradicional típica brasileira que, a cada ano que se passa, recebe mais turistas estrangeiros e nativos para as principais cidades na qual a festa ocorre. A cantora Claudia Leitte, defensora e adepta do isolamento social, é um exemplo da hipocrisia que a esquerda é e sustenta. No meio deste ano, após uma entrevista no Altas Horas, a cantora se pronunciou: “As pessoas não usam máscaras, continuam aglomerando, promovendo aglomerações, incitando aglomerações. Isso mata”. No sábado do dia 27 de novembro, a jurada do The Voice Brasil foi às ruas de São Paulo e reuniu milhares de pessoas para começar a festejar antecipadamente o carnaval.


Fazendo um paralelo com o livro 1984, nós vemos claramente um membro do Ministério da Verdade - uma sátira usada pelo autor, pois este Ministério, na verdade, em vez de trabalhar com a verdade, trabalhava alterando a história (dados, informações, discursos) de ambientes de notícia, entretenimento, educação e belas artes, por motivos que convenham para o partido. Por exemplo, se o Grande Líder prometesse algo, e este objetivo não fosse atingido, aí entraria em cena os trabalhadores para alterar o passado e mudar todos os meios que retém a informação verdadeira, para fazer com que as pessoas pensassem que a atual realidade, era aquilo que tinha sido originalmente prometido.


Não acredito que o carnaval deva ser proibido de forma alguma. Nós devemos parar de pensar que o Estado, nosso pai - aqui estou sendo sarcástica -, sabe o que é melhor para nossa saúde, para a nossa vida. Nós somos cidadãos, temos deveres e responsabilidades, temos um cérebro pensante, podemos utilizar a razão e ter acesso a informação na palma de nossas mão quando e onde quisermos - a internet está aí, a rede mais democrática e completa de informações já existente - podemos sim estudar, pesquisar e tirar nossas próprias conclusões sobre ficar ou não em casa, aglomerar ou não, fazer o que quiser, ou não. É infeliz ver a infantilidade de dezenas de milhares de brasileiros entregando sua liberdade nas mãos do Estado - o corpo mais incapaz e ineficiente que existe - por uma ilusão barata vendida pela velha mídia de que o Estado pai de todos sabe o que é melhor para nossa segurança.


Espero que o carnaval aconteça para que assim o Seu João possa vender seu espetinho na saída do Sapucaí, para que a Joana possa abrir seu hostel, que recebe cerca de trinta gringos durante a semana do carnaval. Tanto Seu João como a Joana precisam que a festa ocorra para ganharem dinheiro, assim como Claudia Leitte, pois é nesta época, que quando lhe convém, que ela precisa de aglomerações, que ela precisa do público nas ruas, que ela precisa que a economia gire - e não de “a economia a gente vê depois”.


Claudia Leitte, Anitta e Pabllo Vittar, assim como os trabalhadores do Partido - referência do livro 1984 -, têm a habilidade de mudar discursos quando bem entenderem, quando lhes convém. Nós, os meros trabalhadores do partido externo (população), cegos pela ideologia, ordens e discursos vazios do governo, ficamos aqui obedecendo as ordens que os membros do partido interno (políticos, burocratas e famosos/influencers) ficam socando goela abaixo da população. Eles provavelmente foram os autores da frase: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.


Está na hora de abrirmos nossas mentes e enxergarmos a realidade, as farsas e mentiras que são contadas para nós, e como sutilmente os que nos influenciam vão mudando seus discursos. Como dizia Thomas Jefferson, “o preço da liberdade é a eterna vigilância”.


P.S.: Indico fielmente a leitura do livro 1984. Este é fundamental para o entendimento do momento que estamos vivendo, e para onde as ações que estão sendo tomadas nos levarão.

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