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A manipulação de dados e privacidade por grandes empresas e redes sociais

  • 10 de dez. de 2021
  • 3 min de leitura

Quem nunca, ao conversar com um amigo, sobre algo que desejava comprar, tendo seu smartphone por perto, foi surpreendido, algumas horas depois, com anúncios de venda em seu feed do Instagram, deste mesmo produto? Pode parecer uma teoria da conspiração, mas especialistas confirmam que os pequenos aparelhos podem mesmo ser uma espécie de “espião”. Tal fato também foi narrado pelo documentário exibido pela rede de streaming Netflix, “O dilema das redes”. O mesmo contou com a participação de ex-funcionários de plataformas como Twitter, Facebook, Google, Pinterest, etc, que relataram as diferentes formas de manipulação de dados utilizadas pelas empresas. Em que ocorre o controle de informações pelos engenheiros para que a população seja influenciada a tomar determinadas decisões, desde a simples compra do seu jantar, ou até mesmo em que candidato a presidência votar nas eleições.


O ano de 2018 ficou marcado pelo escândalo envolvendo a utilização de dados do Facebook para influenciar os resultados da campanha presidencial que elegeu Donald Trump em 2016 nos EUA. De acordo com a investigação, a empresa Cambrige Analytica utilizou diferentes testes de personalidade para coletar informações dos usuários da rede social, com o intuito de traçar o perfil psicológico destas pessoas, e disseminar propagandas eleitorais personalizadas de acordo com cada perfil. Outro exemplo deste tipo de conduta foi divulgado por um estudo realizado pelo MIT, o mesmo mostrou que no Twitter, as “fake news” se espalham cerca de 6 vezes mais rápido do que as notícias verdadeiras. Um funcionário da empresa relatou que o algoritmo desta rede social, privilegia informações falsas, uma vez que elas rendem mais dinheiro às empresas. Estes são apenas alguns exemplos de como o mundo virtual tem controlado, nos últimos tempos, o mundo da realidade física, aquele em que a vida acontece de verdade, aquele em que todas as consequências são vividas no dia a dia de pessoas comuns.


Ao pensarmos sobre as diferentes ferramentas criadas pelas mídias sociais é imprescindível que nos debrucemos sobre o famoso sistema de recompensas utilizado por essas plataformas. O “like” ou “thumbs up” passa ao usuário a falsa sensação de gratificação, que é causada, principalmente, pela liberação de dopamina no nosso corpo quando acreditamos que nossas ações/fotos/opiniões estão sendo apreciadas por um número considerável de pessoas. Algo que pode parecer “inofensivo” é na verdade um gatilho para uma infinidade de doenças relacionadas à depressão e/ou dependência. Não por coincidência, existem dois tipos de indústrias que chamam seus clientes de usuários, a das drogas e a da internet! Assim como um usuário de drogas, a pessoa pode se tornar dependente desta sensação causada pelo “like”, tornando-se refém do algoritmo e também da opinião de seus seguidores já que o objetivo principal é ser “adorado” por eles!

Quanto mais tempo passamos nas redes sociais, mais tempo ficamos expostos à empresas que pagam anúncios para essas plataformas. O que nos leva a pensar que, se o usuário não esta pagando pelo produto, na verdade ele torna-se o produto! O objetivo é que ao deslizarmos o feed tenhamos acesso a inúmeras propagandas que nos levem a pensar, agir e, principalmente a comprar aquilo que é exposto nas redes. Achamos que estamos tomando decisões sozinhos, que somos livres, quando na verdade a maioria das nossas escolhas são baseadas em influências que recebemos ao longo de toda nossa vida, ou ao sermos bombardeados de informações tendenciosas, que fazem pessoas comuns seguirem sendo massa de manobra de grandes corporações.

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