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Conflito Israel x Palestina

  • Foto do escritor: Jovem Político
    Jovem Político
  • 26 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

O conflito entre Israel e Palestina já ocorre há mais de 100 anos, apesar de só atualmente receber mais visibilidade. Desde sempre, palestinos e israelenses discordam em uma série de questões: se os campos de refugiados palestinos devem permanecer ou ser dissolvidos; se a região ocupada pelos judeus deve ser mantida ou revertida e se devem criar um Estado Palestino ou não. A paz está sendo negociada há mais de 25 anos, mas ainda não se resolveu o conflito. Em 2021, a briga continua forte como nunca: marcada por protestos, intervenção policial e ataques de foguetes. A situação foi apelidada pelos israelenses de “Operação Guardião das Muralhas”.


Depois da Segunda Guerra Mundial - com a queda do Império Otomano - os ingleses invadiram a Palestina, onde até então tinha maioria árabe e minoria judaica. Entretanto, essa proporção mudou, quando - logo após o holocausto - judeus iniciaram uma série de movimentos migratórios para a Palestina em busca de um novo lar e dum refúgio na terra consagrada tanto ao Judaísmo quanto ao Cristianismo e Islamismo. A partir disso, eles passaram a demandar a criação dum Estado Judeu. Assim, a ONU dividiu a região em três: Israel, Cisjordânia e Faixa de Gaza. A nova repartição, porém, dava 55% do território aos judeus e somente 44% permaneceria aos palestinos, visto que Belém e Jerusalém foram considerados territórios internacionais, devido aos seus significados para cada povo.


Em 1948, com a retirada dos ingleses, foi fundado o Estado de Israel; contudo, um dia depois, o Egito, a Síria, a Jordânia e o Iraque invadiram-no, iniciando a Guerra da Independência - denominada “Nakba” ou “catástrofe” pelos árabes. Como resultado da Guerra da Independência e, alguns anos depois da Guerra dos Seis Dias, Israel passou a ocupar a maior parte do território dado aos palestinos pela ONU. Apesar da gravidade dos conflitos, somente em 1974 a OLP (Organização para a Libertação da Palestina, fundada em 1959) foi reconhecida pela ONU, e, finalmente, em 1979 foi assinado um acordo de paz, em que Israel concordou em devolver a Península do Sinai ao Egito.


Longe do fim, o conflito entre Israel e Palestina ainda permanece, com milhares de árabes em campos de refugiados e a necessidade dum Estado palestino autômonomo. Além disso, os israelitas ainda pleiteiam a reivindicação completa de Jerusalém e tiveram sucesso em construir um muro, separando a Palestina de Israel, sob a justificativa da falta de proteção contra ataques palestinos. Nos últimos anos, eclodiram diversos conflitos, resultando na morte de milhares de palestinos e somente 71 israelitas, de acordo com os dados da OCHA (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários nos Territórios Palestinos Ocupados).


Desde o Ramadã - mês sagrado para os muçulmanos - de 2021, o atrito se intensificou, tornando-se uma luta armada entre israelenses e palestinos. Em maio deste ano, ocorreram diversos protestos e manifestações em relação à decisão de despejar os palestinos em Sheikh Jarrah e Jerusalém Oriental, aprovada na Suprema Corte Israelense. O tumulto instigou uma reação militar do Estado de Israel, e o confronto resultou em cerca de 300 civis palestinos feridos e mais de 20 mortos.


Decorrente do conflito, ambos os lados foram condenados internacionalmente, o que adiou a decisão da Suprema Corte Israelense em 30 dias, dando tempo suficiente para o grupo militar palestino - Hamas - estocar armas. Nas duas semanas seguintes, o grupo disparou mais de 4000 foguetes contra Israel. As Forças de Defesa de Israel, por sua vez, bombardearam centros militares e tubos subterrâneos de lançamento de foguetes palestinos, os quais estavam localizados em uma área densamente habitada por civis. Após 11 dias de hostilidade e com mais de 250 causalidades, em 20 de maio, ambos os lados declararam vitória e concordaram em um cessar-fogo. Apesar do acordo, policiais israelenses e manifestantes palestinos entraram em conflito na mesquita de al-Aqsa, um dos locais mais sagrados para os muçulmaos, e desencadearam uma possível nova leva de violência.


Referindo-se à trégua, o atual presidente dos EUA, historicamente defensor de Israel, afirmou que foi uma “oportunidade genuína” para o progresso e declarou publicamente, junto ao Secretário de Estado Bliken, que Israel tinha direito à defesa contra os foguetes lançados pelo Hamas e que “há uma distinção clara e absoluta entre uma organização terrorista visando civis e Israel (...) visando terroristas”. Em seguida, o grito “Sem Justiça, Sem paz”, usado em protestos anti-racistas nos EUA, foi transmitido durante uma manifestação palestina em frente ao Departamento de Estado, como forma de manter o conflito israelense-palestino no foco humanitário de Biden. A reação do presidente em relação ao confronto no Oriente Médio levantou novas indagações sobre o papel dos Palestinos em sua agenda e deixou claro que suas prioridades são outras.

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