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Espaço sideral: o mais novo parquinho de bilionários

  • Foto do escritor: Jovem Político
    Jovem Político
  • 1 de set. de 2021
  • 3 min de leitura

Turismo espacial e a mais nova corrida espacial, são os assuntos que cercam os mais ricos da população atualmente. Jeff Bezos, Richards Branson, Elon Musk e outros nomes caros estão lentamente se juntando a seleta lista de pessoas que podem afirmar já terem saído de nossa atmosfera. Mas, qual foi o preço?


E não digo preço em dinheiro, mesmo que esse tenha sido algo extremo. E sim, o preço para o planeta. Não é segredo que foguetes trazem danos para o meio ambiente, é só ver a quantidade de fumaça que é liberada para um decolar, além do lixo que é abandonado no espaço. Fica óbvio as prioridades dessa elite, e não é a pandemia (que matava milhares em maio/2020, na época que muitos saiam da Terra) ou a emergência climática que nosso planeta tenta sobreviver.


E é no meio desse caos que temos essa corrida espacial falsa, um grande espetáculo que só serve para alinear o público, e esfregar na cara daqueles que mal podem se alimentar o quanto os mais ricos se importam com a vida alheia. No meio de propagandas sobre o futuro da humanidade, e sua salvação estando nas estrelas, muitos caem nessas conversas, com olhos brilhantes de possibilidades.


Mas não se iluda, o ser humano está longe de se alocar em algum lugar que não seja o nosso bom e velho planeta. Viagens civis para Marte não se passam de um sonho, e não temos nem perto da tecnologia para criar estações espaciais para abrigar todos os 7.5 bilhões de nós. E com foguetes em direção de locais mais distantes que a Lua, tiramos nossa atenção dos problemas atuais e muito mais urgentes que estamos passando que, convenientemente, foram criados e agravados por empresas como a Amazon, que estimulam o consumo totalmente desenfreado, serviços de entrega motorizados, desperdiço de pacotes e plástico e viagens ultra poluentes.


Richard Branson, o primeiro nome mencionado nessa lista de novos “astronautas”, é um empresário britânico e o um dos homens mais ricos do mundo. Foi o primeiro a entrar em órbita, no dia 11 de julho de 2020, e com isso recebe o título da primeira pessoa que participou de uma missão turística ao espaço.


Já Elon Musk, que você deve reconhecer o nome sempre próximo ao da empresa Tesla, já anunciou publicamente suas preocupações com o futuro da humanidade, especialmente devido o aquecimento global. Diz fazer suas apostas em fontes de energia renovável, e a colonização de Marte. Sua conta do Twitter é lotada de suas opiniões no assunto, e sua óbvia ignorância do mundo ao seu redor.


Um exemplo disso é um de seus tweets de julho/2021, onde Musk escreve “aqueles que atacam o espaço talvez não entendam que ele representa esperança para tantas pessoas”. Após essa afirmação, recebeu diversas críticas, a mais comum aquela que o informa que para muitas pessoas, a maior preocupação do momento é conseguir comprar o que comer no dia seguinte, e não a exploração espacial.


E Jeff Bezos? Apenas o homem mais rico do planeta. Seus objetivos no turismo e exploração espacial parecem diferentes, mas entram na mesma categoria que Elon Musk. Bezos já afirmou em entrevistas o motivo de investir em viagens espaciais (além dessa noção elitista de salvar o planeta): porque era a única opção cara o bastante, que “valia a pena” gastar sua extrema riqueza. Se isso não fosse perturbador o bastante, muitos argumentam que isso é algo positivo, e ficam do lado de Jeff, já que todo esse desenvolvimento com alvo nos astros é criação e avanço de tecnologias saindo diretamente do bolso dos mais ricos.


São esses os mesmos ricos que só chegaram a tal posição social por meio de exploração de trabalhadores e destruição negligente de nossos oceanos e florestas. Eles não precisam estar em outro planeta para provar que vivem numa realidade paralela a todos os outros aqui na Terra, já que fica aparente o quanto problemas atuais os preocupam, além de uma literal pandemia estar ainda devastando e levando consigo diversas vidas. Enquanto bilhões tentam sobreviver o dia a dia, esse trio (e um grupo seleto, que sem sombra de dúvidas, irá continuar a aparecer nos anos seguintes) segue sua própria agenda espacial.


No final do dia, esse circo todo não se passa de uma competição entre bilionários, que não se importam o que temos a dizer. E é por isso que, sem remorso algum, me junto com o grupo de pessoas que diz “pode ir Bezos! Aproveite e fiquei por aí”.

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