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O COVID será uma doença passageira?

  • 8 de fev. de 2022
  • 3 min de leitura

Nos primórdios da pandemia, em meados de março de 2020, fomos prometidos uma quarentena rápida de 15 dias, que muitos viram como uma espécie de “férias” ou “feriadão”. Todos nós fizemos as brincadeiras e pedidos que durasse até o Natal, e não sabíamos o que estava por vir, muito menos como nos preparar.


Bom, aqui estamos quase 3 anos depois. E após mais de 600 mil brasileiros mortos, inseguranças são inevitáveis. Particularmente com as novas variantes e a durabilidade da vacina, muito nos perguntamos “não era para ser passageiro?”.


A resposta curta para essa pergunta é, infelizmente, não. O COVID não será uma doença passageira e é provável que nós tenhamos que conviver com sua presença constante em nossas vidas por diversos anos.


Aliás, já estamos começando. Durante o final de dezembro e fim de janeiro, os casos de COVID (e outras doenças virais, como H1N1, influenza, gripe etc.) explodiram no país – você até deve ter visto vários posts na internet brincando “se nenhum dos seus amigos está doente, você não tem amigos”. E enquanto as mortes continuam altas, a maioria dos casos varia entre assintomáticos ou de sintomas leves, em quantidade muito superior aos óbitos.


Então, como o COVID vai funcionar nos próximos anos?


“COVID-19 vai continuar, mas o fim da pandemia está próximo”, afirma o título do artigo divulgado no The Lancet em 19 de fevereiro. Escrito pelo doutor Christopher J. L. Murray, da Universidade de Washington, defende que devido o aumento do contágio da variante Ômicron o fim da pandemia – no sentido social da palavra, no caso de isolamento e distanciamento – está cada vez mais próximo, mesmo que o vírus continue presente em nossas vidas.


É um artigo longo, mas muito interessante e relevante. Acesse pelo link: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(22)00100-3/fulltext


Além disso, durante um seminário online realizado pela Royal Society of Medicine, cientistas estão confiantes que variantes futuras tendem a ser menos letais. Isso é algo já comprovado por meio de observações e estudos comportamentais de outras doenças virais.


Quer dizer que o COVID vai virar gripe?


Sim, e não. É um pouco mais complicado que isso. Acima de tudo, pegar casos graves de COVID ainda não é brincadeira, e provavelmente nunca vai ser. A esperança dos cientistas e médicos é que com a vacinação avançada e exposição a casos mais leves, a população como um todo irá aumentar sua imunização. Ou seja, queremos que os casos se tornem mais frequentes, mas com variantes mais leves.


Em outras palavras, o novo coronavírus vai ficar mais fraco conforme a população for sendo imunizada e melhorar seus anticorpos naturais contra o vírus. Logo, a expressão de “COVID vai virar gripe” é mais relacionada ao nosso relacionamento com a doença e novas medidas mundiais em resposta as futuras ondas de COVID.


As similaridades com a gripe serão poucas. Além dos sintomas atuais já parecidos, a vacinação deverá se tornar anual (como ambas as doenças são causadas por vírus, que são capazes de evolução rápida e constante, é preciso atualização periódica da vacinação para proteção contra a cepa mais atual). Também espere altas e baixas em número de casos – como a gripe, que de vem em quando temos aquelas duas semanas que todo mundo pega e fica de cama por dois ou três dias, com recuperação veloz.


Aliás, não se engane! Com todo esse papo de COVID e influenza ao mesmo tempo, foi espalhado na internet a existência de uma fusão dos dois, apelidada de “Flurona”. O que realmente acontece é, por serem vírus distintos, a possibilidade de uma pessoa ter ambas as doenças ao mesmo tempo (isso já é algo antigo, chamado de coinfecção). Por isso toda a confusão nos últimos dois meses da quantidade real de casos de coronavírus, e dificuldade de diagnósticos concretos.


Então por que se vacinar?


O grande motivo dos casos serem leves ou assintomáticos é o avanço da vacinação. Desde o início da campanha, foi explicado e anunciado diversas vezes que a vacina para COVID-19 não é 100% eficaz, como a grande maioria de todas as outras vacinas que tomamos no decorrer da vida.


Vacinar-se é essencial para se proteger. Mesmo ainda correndo o risco de se infectar, é comprovado que a vacina te protege de infecções graves e hospitalizações. Aliás, das mortes recentes de COVID-19, 80% foram de pessoas que não receberam nenhuma dose do imunizante. Se vacinando, você consegue se proteger e ajudar aqueles que, por algum motivo de saúde, não podem se vacinar.


Durante os próximos meses, no entanto, o cuidado permanece o mesmo. As UTIs continuam enchendo dos casos mais graves entre não vacinados, então use máscaras, evite aglomerações e viagens desnecessárias. Lave as mãos, use álcool em gel, e no caso de sintomas, fique em casa!

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