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Pobreza Menstrual

  • Foto do escritor: Jovem Político
    Jovem Político
  • 26 de out. de 2021
  • 2 min de leitura

A pobreza menstrual é um problema social que assola a população mundial há décadas. Uma pesquisa feita pelo Banco Mundial em 2018 mostra que mais de 500 milhões de mulheres não têm acesso a produtos higiênicos para o período menstrual, e outra pesquisa divulgada em 2020 no Estadão diz que, só no Brasil, 26% das brasileiras não têm dinheiro para comprar absorventes.

Em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU) passou a considerar o acesso a higiene menstrual um direito humano, que deve ser disponibilizado pelo Estado. Em complemento a isso, a representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil, Astrid Bant, acrescenta que negar acesso gratuito a absorventes não só viola direitos humanos, mas também vai diretamente contra os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como a ODS3, que visa saúde e bem-estar geral. Sustentando esta ideia, a antropóloga Mirian Goldenberg destaca que um quarto das meninas brasileiras já faltaram em aulas por falta de acesso à absorventes, e destas, 50% nunca tinham discutido sobre o assunto na escola, enfatizando a precariedade do país em desenvolver políticas públicas e conscientizar a população.

É claro o impacto que a pobreza menstrual traz para a vida das mulheres brasileiras. Apesar disso, em setembro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto de distribuição gratuita de absorventes para mulheres de baixa renda, com a justificativa de que tais produtos higiênicos não estão na lista de medicamentos essenciais do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa ação, além de ir contra os direitos humanos pregados pela ONU, agrava tanto a desigualdade de gênero quanto a social, já que a falta de assistência durante o período menstrual dificulta os estudos, o trabalho e o bem-estar geral da mulher brasileira. Desta forma, a pobreza menstrual impede que essas mulheres tenham o mesmo desempenho dos homens, e, por terem mais este obstáculo, diminuem suas chances de ascensão socioeconômica e melhoria de vida.

A pobreza menstrual tem pouca visibilidade e pouca discussão no mundo como um todo, porém, surgem, com cada vez mais frequência e força, diversos projetos e leis para a melhora dessa situação. Em contraste, o Brasil se prende a ideias retrógradas e machistas, que não reconhecem um problema que não inclua o homem. Assim, o acesso a produtos higiênicos para menstruação no Brasil se torna um privilégio, não um direito.

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