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Violência obstétrica: um problema atual

  • 12 de mar. de 2022
  • 2 min de leitura

Em dezembro do ano passado, foi divulgado nas redes sociais um vídeo perturbador pela Influencer Shantal Verdelho de momentos assustadores durante seu parto. O médico foi acusado de xingar a paciente durante todo o parto, além de fazer uma episiotomia sem permissão. Infelizmente situações como essas não são raras nos hospitais brasileiros.

O caso de um exemplo claro de violência obstétrica. Esse tipo de violência diz respeito a excesso de intervenções no parto, praticado por profissionais de saúde, onde há “desrespeito, abuso ou maus-tratos durante a gestação e/ou momento do parto, seja de forma psicológica ou física”. Além disso pode haver discriminação, más condições do sistema de saúde ou falta de informação sobre procedimentos.

Sejam gritos, tratamento bruto ou comentários feitos para desestabilizar o psicológico da gestante. São acontecimentos corriqueiros e comuns, muitas vezes não identificados como crimes. É extremamente fácil de encontrar artigos e vídeos preocupantes de vítimas.

Violência obstétrica também é considerado uma violência de gênero, já que em diversos casos é relacionado a estereótipos do gênero feminino. Sejam pensamentos antiquados, ou uma noção médica de superioridade, a violência obstétrica complica momentos “x” para a vida.

Ou seja, um momento já extremamente complexo, delicado e dolorido é transformado em uma memória de humilhação e sofrimento – não uma recordação bela e uma das melhores mudanças na vida de alguém.

Mas as memórias que ficam para trás não são as únicas consequências de violência obstétrica. Infelizmente, é comum sequelas duradouras nos bebês (como falta de movimento em partes do corpo, sistemas imunológicos frágeis e não identificação de possíveis problemas na vida adulta).

Foi somente em 2019 que a federação brasileira das Associações Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) se manifestou, e lançou um posicionamento oficial para evitar a violência obstétrica. Foram criadas três diretrizes, feitas para assegurar o respeito de autonomia da grávida. São elas: individualidade (ou seja, chamar o paciente pelo nome, não apelidos), internação (assim que houver o trabalho de parto, para que o órgão de saúde seja capaz de auxiliar no processo) e acompanhantes (estimulando e facilitando a presença de acompanhantes serve como apoio emocional e físico à grávida).

Também só nesse ano que o Ministério da Saúde finalmente reconheceu o termo “violência obstétrica” como legítimo para retratar maus tratos no momento do parto. Fica então claro quanto para trás estamos nesse conceito, já que com o início da pandemia em 2020, trabalhos de parto foram momentos solitários para mulheres, já que o distanciamento social dificultava a opção de acompanhamentos.

E o que podemos fazer? A melhor solução é a denúncia. Isso pode ser feito tanto no hospital, quanto a secretaria de saúde responsável pelo estabelecimento. Também há atendimento telefônico! 180 para Central de Atendimento à Mulher ou 136, Disque Saúde.

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